sexta-feira, 6 de abril de 2012

Oito novas espécies de aranhas são descobertas na Deserta Grande, em Portugal

Há oito espécies novas de aranhas descobertas na Deserta Grande. Ao todo, estão identificadas 43 espécies, quatro vezes mais do que as 11 espécies que a ciência, até agora, conhecia.
A revelação foi feita esta manhã numa conferência de imprensa na Secretaria Regional dos Ambiente e Recursos Humanos.
Na conferência convocada para divulgar o ‘Plano de monitorização dos artrópodes das ilhas Desertas’ esteve presente o diretor regional do Ambiente, João Correia.
O projeto foi desenvolvido durante dois anos por uma equipa de investigação liderada pelo investigador da universidade dos Açores, Pedro Cardoso no âmbito do projecto SOST-MAC (programa PCT-MAC).
Trata-se de um projeto de cooperação e sinergias em ações sustentáveis promovidas nos espaços naturais protegidos da Macaronésia, orçado em mais de 731 mil euros, e que contemplou a Madeira com 95.500 euros.

O projeto tem a duração de três anos (Maio 2009 a Maio de 2012) e foi co-financiado a 85% por verbas comunitárias. Para além dos trabalhos científicos prevê outras acções como a feitura de um portal na internet, o desenho da rede de percursos pedrestes da Deserta Grande, a dotação de um dos percursos de sinalética homologada pela Federação de Campismo e Montanhismo e a recuperação e valorização de áreas, espaços e percursos da Deserta Grande.
Entre as oito novas espécies de aranhas identificadas por Pedro Cardoso e Luís Crespo há uma do género ‘Lathys’, duas ‘Hahnia’, uma ‘Typhochrestus’ e quatro da espécie ‘Dysdera’.
Os trabalhos tiveram como objectivo principal efectuar uma avaliação do estado de conservação da ‘Tarântula das Desertas’ (Hogna ingens), espécie endémica exclusiva da Deserta Grande e cujo área de distribuição tem diminuído ao longo dos anos.
Para o trabalho de campo muito contribuiu o vigilante da natureza do Parque Natural da Madeira (PNM), Isamberto Silva.
As aranhas povoam sobretudo a parte norte da Deserta Grande numa zona conhecida pelo Vale da Castanheira. O ideal é a atribuição de um estatuto de conservação das espécies aracnídeas uma vez que alguns exemplares estão a ser comprometidos por uma planta invasora que cobre as zonas das rochas onde as aranhas se escondem.
Pedro Cardoso é um reconhecido especialista em artrópodes (grupo dos aracnídeos), responsável pela publicação de mais de 70 artigos científicos sobre a temática. Agora fica também ligado às Desertas cujas espécies mais populares e mais sobejamente conhecidas são o lobo marinho e a freira do bugio.
A Direção Regional do Ambiente (DRA) admite que o percurso de reconhecimento das aranhas possa ser aproveitado, futuramente, para visitas de estudo às Desertas por parte de escolas.
O conhecimento agora tornado público servirá também para enriquecer o núcleo museológico da Deserta Grande.
Está também prevista no projecto a recuperação da casa que existe no vale da Castanheira.
Fonte: dnoticias

Nenhum comentário:

Postar um comentário